21 de abril de 2009












O BOBO
Alexandre Herculano


«Julgando necessário, para escrever de modo sugestivo e acessível as “memórias da pátria que tivemos” (“Introdução” a O Bobo), aliar à capacidade de “invenção” o conhecimento das épocas a reconstituir exigido pela verosimilhança de cenários, caracteres, situações, o Herculano historiador, confundido com o narrador das suas ficções, desenha o pano de fundo da acção, explicando questões políticas e tensões sociais; sobre esse painel, o Herculano ficcionista faz evoluir, em papéis complementares, personagens que têm referentes reais (como Afonso Henriques, em O Bobo), dando o protagonismo a “heróis” saídos da sua imaginação (como Egas e Dulce no mesmo romance), aos quais atribui conflitos que traduzem a perene tragédia de almas torturadas pelo mundo, mas sob modalidades prováveis na época da acção.»

Ofélia Paiva Monteiro em Biblos-Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua Portuguesa

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