5 de maio de 2009












POESIA E TEATRO
Sá de Miranda


«Para além do seu pioneirismo, que pela sua importância histórico-literária tantas vezes esgota a apreciação do autor, o poeta do Neiva merece ainda ser valorizado pelos traços inconfundíveis da sua escrita e dos valores que nela confluem. Assim, se em alguma da poesia em medida velha podemos reconhecer as marcas do discurso engenhoso que assinala a lírica palaciana de Quatrocentos [...], no que toca ao soneto, por exemplo, a construção lógica (quase silogística) remete para uma representação esquemática, onde as quadras representam quase sempre as premissas e os tercetos a conclusão. Num e noutro caso, porém, as marcas do discurso mirandino não se afastam muito do registo sentencioso e abstracto que aproxima a poesia da moral e da filosofia.»

José Augusto Cardoso Bernardes em Biblos - Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua Portuguesa

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