5 de maio de 2009












SERMÕES ESCOLHIDOS
Padre António Vieira


Designado por Fernando Pessoa, na Mensagem, como «imperador da língua portuguesa», o Padre António Vieira, nasceu em Lisboa, em 1608, e foi ainda criança para o Brasil, onde viria a morrer em 1697.
Jesuíta, notabilizou-se como orador sacro e missionário. Desassombrado defensor dos índios e contrário à escravatura, foi perseguido pela Inquisição.
Os seus Sermões têm um ritmo facilmente captável pela audição e os conceitos mais importantes são acentuados quer pela repetição quer pelo contraste, sublinhando a força lógica da argumentação, solidamente baseada na sua cultura e experiência, de que Aníbal Pinto de Castro fala em Biblos-Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua Portuguesa:
«A sua cultura não ficou, por isso, no seu espírito, como simples acumulação de um saber morto ou apenas destinado a alimentar uma memória que lhe servisse de improdutiva erudição. Caldeou-se em íntima simbiose com o conhecimento directo, e tantas vezes doloroso, de uma realidade multímoda por ele vivida nas sucessivas situações e funções que foi assumindo ao longo da sua acidentada existência. Cultura e experiência fundem-se, pois, numa unidade espiritual e humana, graças a uma dinâmica capacidade de vibração emocional e uma imaginação que lhe transformava o pensamento num permanente exercício dialéctico pelo qual se confrontava com os outros e sobretudo consigo próprio, oscilando agonicamente entre a sua condição de português e a sua consciência de cidadão do mundo, entre o seu estado religioso e as limitações que ele não podia deixar de acarretar-lhe […}.»

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