5 de maio de 2009












POESIAS
Mário de Sá-Carneiro


Mário de Sá-Carneiro, nascido em 1890, foi poeta, novelista e dramaturgo. Fez parte do grupo modernista da revista Orpheu, aproximando-se em particular de Fernando Pessoa, com quem manteve longa correspondência a partir de Paris, para onde foi em 1912 e onde virá a suicidar-se em 1916. Clara Rocha sublinha, em artigo publicado em Biblos-Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua Portuguesa, que «como tem sido sublinhado em diversos estudos críticos, toda a obra de Sá-Carneiro é uma encenação do suicídio e a ele conduz». De uma estética simbolista e decadentista à explosão futurista, essa linha de continuidade pode observar-se nas suas Poesias, que incluem as compilações Dispersão (1914), Indícios de Oiro (publicada postumamente, em 1937) e os seus últimos poemas.
Clara Rocha refere um Mário de Sá-Carneiro «profundamente marcado pela aventura órfica, pelo magistério pessoano e pelos contactos parisienses, experimentou os vários -ismos do fim-de-século e da vanguarda, numa “bebedeira de ideias” que as cartas documentam com a emoção de um registo “a quente” do próprio processo criativo. O esteticismo decadentista, com a sua concepção do artista e a sua imagística e cromática inconfundíveis, e o Simbolismo, com o gosto pelo mistério, as sistenesias e o desejo de anulação da consciência, fundem-se na sua obra com as novas correntes: o Futurismo […], o Interseccionismo […], e o Sensacionismo […]. Mas não cabe em nenhum destes -ismos a ânsia de além de Mário de Sá-Carneiro […].»
Fernando Pessoa inicia assim um texto dedicado à memória de Mário de Sá-Carneiro: «Morre jovem o que os deuses amam».

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